Humberto Gessinger abordou a polêmica envolvendo o Ira! e o vocalista Nasi, que “expulsou” bolsonaristas da plateia de uma apresentação no início do ano. Como resposta, a banda enfrentou uma onda de boicote a shows. Em entrevista ao podcast Perimetral, o músico ex-Engenheiros do Hawaii também explicou por que prefere não falar de política em seus shows, apesar de considerar que artistas têm esse direito. Humberto argumentou, inicialmente, em apoio à atitude de Nasi:
“Cara, eu gosto muito do Ira!, e acho que falar tuas ideias no show faz parte, não só esteticamente, quanto politicamente. Fala o que tu quiser. Vaiar e aplaudir também faz parte do show.”
Ele continuou desenvolvendo o raciocínio e alertou para o que considera prejudicial, que seria um boicote e uma estigmatização “arquitetada” dos artistas. Gessinger disse:
“O que eu acho é que a coisa do boicote… não sei se sou paranoico, mas aí eu acho que já entram, como falava Jânio Quadros, forças ocultas. Já tem uma arquitetura desenhada pra estigmatizar isso. Porque não me parece fora do normal um artista falar a sua opinião e gente gostar e gente não gostar.”
Humberto Gessinger não fala de política em shows
O cantor e multi-instrumentista, no entanto, explicou que evita falar de política em suas apresentações. Humberto afirma gostar que a música seja o carro-chefe do show, pois sente “ciúmes” quando o aspecto político “toma a frente” do trabalho artístico. Ele explica:
“Eu tento não trazer isso para o palco, mas meio com ciúmes disso, entendeu? Porque eu acho que a música deve ser o que eu faço e deve ser o que deve ficar na frente. Tenho ciúmes quando esses acessórios tomam a frente do que é o teu trabalho e as pessoas começam a não ouvir a música.”
Imagem: Divulgação
Texto: Rolling Stone Brasil