Pode até causar estranhamento e mesmo desconfiança, mas sim, existem sommeliers de água, profissionais responsáveis por avaliar textura, aroma, mineralidade, alcalinidade e acidez de diferentes tipos de águas minerais. Sim, “água é água”, mas nem toda é igual, como conta o 1º vencedor de um concurso de sommeliers de água no Brasil, o gaúcho Luis Gustavo da Silva Buske.
“A água também tem o seu terroir, as suas características, uma é mais mineral, outra menos, mais ácida, menos ácida. Como no vinho, há complexidades e elementos que a gente pode analisar”, conta o Buske, que tem 20 anos de carreira e já foi premiado como melhor sommelier de vinhos do RS em 2022 e 2023.
Questionado sobre se realmente há diferenças de sabor nas marcas de água mineral, Buske respondeu que, antes, também “não acreditava muito nisso”. No entanto, ele contou: “Fiz o curso da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers) e aprendi que realmente existem nuances e sutilezas. O Brasil é um grande produtor de água mineral, com milhares de fontes, cada uma com características próprias”, embora, ele lembra, o líquido seja, necessariamente, inodoro, incolor e insípido, como aprendemos na escola.
Buske explica que os diferentes tipos de água podem harmonizar melhor ou pior com a gastronomia e a ocasião. “É uma experiência para o consumidor: começar o dia com uma água de um determinado tipo e encerrar com outro tem seus efeitos na vida da pessoa. É a bebida certa para a ocasião certa”, diz.
Existem as “águas minerais premium” disponíveis no Brasil, que se destacam pela origem, sendo que muitas são importadas de fontes naturais como alpes franceses ou geleiras norueguesas, mas também pela apresentação sofisticada, com garrafas de vidro. Essas águas prometem pureza extrema, equilíbrio mineral, alcalinidade elevada e até harmonização com pratos refinados e são comuns em restaurantes de alto padrão. O preço médio de uma garrafa individual varia entre R$ 20 e R$ 60.
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Fonte: g1